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No próximo dia 29 de setembro é celebrado o Dia Mundial do Petróleo. A data chama atenção para a importância do recurso para a matriz energética global e os desafios relacionados a sua produção e uso. Para marcar a ocasião, o Informa Petróleo preparou uma série com quatro reportagens que serão publicadas ao longo do mês com informações sobre os principais aspectos do setor no país.  

 

Com a aproximação da Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP 30), em Belém, muito se discute sobre estratégias para transição energética. O termo é utilizado para referenciar o movimento de substituição de fontes de energia baseadas em combustíveis fósseis, como o petróleo, por fontes renováveis, como solar e eólica.  

 

É normal nesse discursão pensar na indústria de petróleo e gás apenas como parte do problema. No entanto, pesquisa publicada em 2024 pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), a pedido do Ministério de Minas e Energia (MME), mostram que o setor é fundamental no processo de transição energética.  

 

Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação 

 

Os contratos de exploração e produção de petróleo e gás no Brasil determinam que as empresas operadoras realizem investimentos de 1% da receita bruta em atividades de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I). A cláusula, foi estabelecida pela Resolução nº 918/2023 da A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).   

 

Conforme a pesquisa da EPE, anualmente, o orçamento vindo da cláusula de PD&I representam R$ 1 bilhão em investimentos em tecnologias para fontes de energia renovável. Em 2024, a partir do PD&I, estavam em andamento 207 projetos envolvendo energia solar, hidrogênio, energia eólica, captura e armazenagem de carbono, modelagem e prevenção de impactos ambientais. Em 2022, quase 1/4 dos recursos regulados destinaram-se às tecnologias não ligadas aos fósseis.  

 

Além disso, investimentos em Transição e Segurança Energética representam 33% do total do Novo PAC – Programa de Aceleração do Crescimento coordenado pelo Governo Federal, em parceria com o setor privado, estados, municípios e movimentos sociais. O setor de Petróleo e Gás contribui com 64% deste total (21% do total de investimentos do Programa Novo PAC).  

 

Ainda de acordo com o estudo “O papel do Setor de Petróleo e Gás Natural na Transição Energética” da EPE, as emissões de Exploração e Produção (E&P) equivalem a 1,0% do total do Brasil. Ainda assim, a pesquisa aponta que há potencial de reduzir ainda mais a intensidade de emissões do setor para reduzir essa contribuição. 

 

Mais de 80% da matriz energética brasileira é renovável  

 

Para Thalita, o petróleo deve “pagar a conta” da transição energética. “Além disso, o petróleo e o gás natural funcionam como garantia de abastecimento quando são utilizadas fontes intermitentes como as renováveis”, acrescenta. 

 

Vale ressaltar que o Brasil apresenta uma matriz energética mais equilibrada em termos da participação de fontes renováveis e não-renováveis – se compararmos com os demais países.  

 

Segundo a Síntese do Balanço Energético Nacional 2025 (ano base 2024), a participação de renováveis na matriz elétrica ficou em 88,2% em 2024 – com destaque para as gerações hidrelétricas, eólica e solar.  A matriz energética dos Estados Unidos, por exemplo, tem 60% dela ligada combustíveis fósseis, de acordo com a U.S. Energy Information Administration. 

 

No setor energético mundial, o Brasil contribuiu com cerca de 1% das emissões de gases de efeito estufa (GEE), tomando por base os dados de 2022. China, EUA, Índia, Rússia e Japão, juntos, foram responsáveis por quase 60% das emissões relacionadas à energia, de acordo com a EPE. 

 

Fonte: Adriana Freitas e Fernanda Guimarães - Jornalistas do Informa Petróleo, com base nos estudos da Empresa de Pesquisa Energética (EPE). 

 

Link dos estudos citados:  

 

https://www.epe.gov.br/pt/imprensa/noticias/epe-publica-estudo-sobre-o-papel-da-industria-de-petroleo-e-gas-natural-na-transicao-energetica 

 

https://www.epe.gov.br/pt/publicacoes-dados-abertos/publicacoes/balanco-energetico-nacional-2025 

 

https://www.gov.br/mme/pt-br/arquivos/2019-10-24-epe-mme-comb-maritimos-imo-2020-gt-v2.pdf 

 

https://www.imo.org/en/publications/pages/imo-epublications.aspx 

 

https://www.eia.gov/totalenergy/data/monthly/