Conforme o
estudo, oito, dos dez municípios que mais receberam recursos do petróleo, estão localizados no estado do Rio de Janeiro. Maricá lidera o ranking de município que mais recebeu rendas petrolíferas em 2024. Ao todo, foram repassados mais de 4,2 bilhões de reais para a região. Esse valor, correspondeu a 63% da receita total do município. Já Niterói ficou em segundo lugar no ranking de maiores recebedores. O município recebeu 2,2 bilhões no ano passado, o que representa 37% da receita total em 2024.
Com relação à receita municipal total, Arraial do Cabo ocupa o primeiro lugar com 72% de seu orçamento vindo das rendas petrolíferas. Maricá, por exemplo, que é campeã no valor absoluto (com mais de R$ 4 bi em royalties e participações especiais) tem 63% do seu orçamento vindo das rendas do petróleo.
Processo de produção
Para a elaboração do material, a equipe do PMCRP seguiu um fluxo de trabalho detalhado que começou com a coleta de dados públicos em portais de transparência e bases oficiais, complementada pela busca de informações adicionais via Lei de Acesso à Informação (Lei nº 12.527). Posteriormente, foram realizadas a organização, padronização e análise de consistência dos dados.
A coordenadora do PMCRP, Paula Araujo, destaca o impacto estratégico do boletim. “Ao produzir e divulgar os resultados de seus indicadores e índices, o PMCRP fornecerá materiais estratégicos que poderão embasar o debate público, fortalecer o controle social e subsidiar futuras ações de planejamento e intervenção nos territórios”.
O Programa
O PMCRP é uma medida condicionante executada como exigência do
Licenciamento Ambiental Federal, conduzido pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (
Ibama), para as atividades de produção e escoamento de petróleo das operadoras que atuam nas Bacias de Santos, Campos e Espírito Santo.
Vale ressaltar que, em 2024, as três bacias foram responsáveis por 94,51% de toda a produção nacional de petróleo e
gás natural, conforme dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Lançado como uma edição especial de apresentação, o boletim tem como objetivo principal divulgar os resultados dos indicadores e índices do PMCRP. De acordo com a coordenadora do PMCRP, o programa não investiga somente o valor das rendas petrolíferas, mas o grau de dependência dos orçamentos municipais em relação a esses valores. “Investigamos o quanto elas representam do orçamento público total, como elas vêm sendo utilizadas, quais áreas receberam mais investimentos e se esses gastos estão se revertendo, de fato, em benefícios para a população."
Atualmente, o programa abrange 63 municípios, distribuídos entre Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo, localizados nas zonas de produção principal e secundária das bacias abrangidas pelo Plano Macro.
Sobre o Plano Macro
O Plano Macrorregional de Gestão de Impactos Sinérgicos das Atividades Marítimas de Produção e Escoamento de Petróleo e Gás Natural, conhecido como Plano Macro, é um plano diretor com diretrizes metodológicas para identificação, georreferenciamento, monitoramento, avaliação, comunicação e mitigação dos impactos socioambientais das atividades de produção e escoamento de petróleo e gás nas bacias de Santos, Campos e Espírito Santo.
Conduzido pelo Ibama em articulação com empresas operadoras e entidades executoras, o Plano Macro está estruturado em quatro Eixos: Caracterização, Avaliação, Comunicação e Atuação. Cada eixo conta com programas que abrangem ações específicas para fortalecer a gestão ambiental pública.
O PMCRP é um dos seis programas que integram o eixo de Caracterização do Plano Macro.
Acesse o Boletim do PMCRP na íntegra, clicando aqui.
Adriana Freitas, Fernanda Guimarães e Karolina Gomes – Jornalistas do Informa Petróleo.