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Em julho, mês da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, comemorado oficialmente no dia 25, o Projeto de Educação Ambiental (PEA) FOCO reforça o compromisso com o fortalecimento do protagonismo feminino na cadeia produtiva da pesca artesanal. Para marcar a data, o projeto realizou, entre os dias 23 e 25, duas rodas de conversa voltadas à organização comunitária e à geração de renda, e já prepara um novo encontro para o dia 7 de agosto.

 

O PEA FOCO é executado pela consultoria Trans For Mar, como medida de mitigação exigida pelo licenciamento ambiental federal, conduzido pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para as atividades de produção de petróleo e gás natural da Equinor e da Perenco na Bacia de Campos.

 

As rodas de conversa do dia 23 e 25 foram realizadas no âmbito do PEA FOCO Equinor teve como foco as mulheres pescadores e marisqueiras dos municípios de Cabo Frio, Búzios, Arraial do Cabo, São João da Barra e São Francisco de Itabapoana. Já a conversa planejada para o dia 07 de agosto, será realizada no âmbito do PEA FOCO Perenco nos municípios de Campos dos Goytacazes e Macaé.

 

A execução do projeto tem como objetivo fortalecer a organização comunitária e conscientizar sobre cidadania, direitos e deveres frente às políticas públicas locais, igualdade de gênero e iniciativas de geração de renda de mulheres que estejam diretas ou indiretamente envolvidas em atividades relacionadas à pesca artesanal. O projeto concentra-se ainda no desenvolvimento de um processo educacional de gestão pública e educação ambiental.

 

A coordenadora-geral e administrativa do projeto, Luciara Figueira, explica que nos últimos anos, o PEA FOCO vem auxiliando na organização de associações de pescadoras e marisqueiras e no diálogo delas com a gestão ambiental pública “Temos duas linhas mestras: a organização comunitária para participação no licenciamento, na gestão ambiental pública, e o fomento a iniciativas de geração de trabalho e renda complementar (como as cozinhas pedagógicas e o aproveitamento de óleo de pescado)”, relaciona Figueira.

 

Clara da Rosa Pereira, que coordena a parte pedagógica do projeto, ressalta a importância das visitas domiciliares nas comunidades atendidas: “A mulher da cadeia produtiva da pesca artesanal trabalha nos quintais por uma necessidade familiar ou por uma imposição dessa sociedade patriarcal, machista. Por isso, nós temos uma grande inserção comunitária, com visitas domiciliares, com atividades presenciais que são fundamentais para a gente continuar mobilizando a comunidade”.

 

Fortalecimento da organização e autonomia das comunidades   

 

As ações de fortalecimento do protagonismo das mulheres são traduzidas também no apoio na criação de associações comunitárias para fortalecer a representatividade feminina. Em junho, o PEA FOCO Perenco organizou duas assembleias que resultaram na criação da Associação Mulheres Guerreiras das Águas (AMGA), em Campos dos Goytacazes, e a Associação Mulheres com Foco em RealizAção, em Macaé.

 

As organizações atuam na defesa de políticas públicas para as mulheres da pesca artesanal, na promoção da sustentabilidade, cultura e economia local, garantindo espaços de participação ativa e tomada de decisão em suas comunidades.

 

Além disso, no Norte Fluminense, o PEA FOCO Equinor atua com ações de fortalecimento da Associação de Mulheres Apoiadoras do PEA FOCO (AMA PEA FOCO), presente em São João da Barra e São Francisco de Itabapoana.

 

O projeto atua também com organizações na Região dos Lagos, localizadas em Armação dos Búzios, Arraial do Cabo e Cabo Frio, como a Associação de Marisqueiras Quilombolas (Búzios); a Cooperativa de Mulheres Pescadoras de Arraial do Cabo - Mulheres Nativas; a Cooperativa de Mulheres Pescadoras, Aquicultoras e Artesãs da Prainha (MUPAAP); a Cooperativa Sol, Salga e Arte (Arraial do Cabo); e a Associação dos Remanescentes do Quilombo Maria Joaquina (Cabo Frio).